Como o método Montessori pode incentivar o talento natural do seu filho

Entenda os princípios do método e porque especialistas recomendam seu início antes dos três anos de idade.

por Priscila Guerreiro

por Priscila Guerreiro

Educadora parental certificada pela Associação Montessori Internacional, criadora do curso Montessori em Casa, e mãe de duas meninas.

O que a cantora Beyoncé e os criadores do Facebook, da Amazon, e da Microsoft têm em comum?

Todos atribuem parte de seu sucesso ao estilo de educação que tiveram quando crianças:

o método Montessori.

Talvez não conhecêssemos nenhuma das personalidades acima, hoje famosos por seus grandes feitos, se não tivessem dado a eles, quando crianças, oportunidades de experimentar, e confiar em seus talentos naturais. 

Embora a proposta de educar filhos com um método famoso por criar gênios pareça tentadora, como educadora especialista na área, preciso te dizer que Montessori não cria gênios. Contudo, apesar de não criá-los, tem o poder de despertá-los. 

Montessori busca desenvolver o ser humano como um ser integral, estimulando a aquisição de habilidades cognitivas e a construção de valores como: autonomia, autoconfiança e criatividade – capazes de incentivar o talento natural do seu filho.

Assim, incentivar talentos é apenas um dos inúmeros benefícios do método Montessori para o desenvolvimento humano.

Continue lendo para decidir se esse é o estilo de educação que você deseja adotar na sua casa.

Em um mundo onde somos educados para repetir coisas e obedecer, acreditar na própria capacidade de criar é um grande desafio.

Para isso, será necessário olhar para educação de um jeito diferente do que estamos acostumados. 

Diferente… porém, natural. Entenda:

O senso comum diz que a criança precisa da nossa interferência nas atividades diárias a todo momento. A verdade é que faz parte da natureza humana a vontade de se autoeducar (descobrir e fazer as coisas por si mesmo). 

E é a partir do incentivo dessa autonomia que os benefícios de Montessori acontecem – por isso, ajudamos a criança a fazer suas atividades diárias sozinha desde muito pequeninas.

Dessa forma, nosso desafio, como pais, começa em vencer o que eu costumo chamar de “Síndrome do coitadinho”, que ainda é muito forte na cultura brasileira. Vou te dar um exemplo. 

Tempos atrás recebi uma mensagem de uma pessoa interessada em se inscrever no meu curso Montessori em Casa, que me dizia que ainda não tinha se matriculado porque o marido não concordava com “essa coisa de deixar uma criança pequena fazer as coisas sozinha porque ele não foi criado assim”. 

E ele insistia: “o que a minha mãe vai pensar disso?!” 

No Brasil, geralmente, uma boa mãe é julgada por ser aquela que faz tudo pela criança: dá a comida na boca, recolhe os pratos, dá o banho, escolhe a roupa, veste a criança, escolhe o brinquedo, arrumar a bagunça e tudo que for possível fazer pela criança (se você é mãe, deve saber bem do que eu estou falando).

Isso porque o pensamento comum é “Coitadinho! Ele é tão pequenininho!”, e assim continua aos 2 anos de idade, aos 4, aos 8… 

E o que acontece com essa criança que foi servida aos 16, aos 29?  

Não dá pra virar a chavinha tão facilmente – essa criança levará consigo o que aprendeu por toda a vida. Ela viverá na pele as consequências da sua criação, independente de qual seja a sua escolha.

É importante frisar que não existe certo ou errado em relação à educação do seu filho, mas se você busca incentivar os talentos naturais, assim como todos os valores propostos pelo método Montessori, considere evitar a “Síndrome do coitadinho”. 

E não tenha dúvidas: a criança AMA se sentir útil. Ela sente que está se desenvolvendo e conquistando seus processos de independência.No Brasil, geralmente,  uma boa mãe é aquela que faz tudo pela criança: dá a comida na boca, recolhe os pratos, dá o banho, escolhe a roupa, veste a criança, escolhe o brinquedo, arruma a bagunça e tudo mais que for possível fazer (se você é mãe, deve saber bem do que eu estou falando).

Isso porque o pensamento comum costuma ser “Coitadinho! Ele é tão pequenininho!”, e assim continua aos 2 anos de idade, aos 4, aos 8… 

E o que acontece com essa criança que foi servida aos 16, aos 29, aos 35?  

Esse é o ponto. 

Não dá pra virar a chavinha tão facilmente – essa criança levará consigo o que aprendeu por toda a vida. Ela viverá na pele as consequências da sua criação nos primeiros anos de vida, independente de qual seja a sua escolha.

É importante frisar que não existe certo ou errado em relação à educação do seu filho, mas se você busca incentivar os talentos naturais do seu pequeno, assim como todos os valores propostos pelo método Montessori, considere evitar a “Síndrome do coitadinho”. 

E não tenha dúvidas: a criança AMA se sentir útil. Ela sente que está se desenvolvendo e conquistando seus processos de independência.

Como posso aplicar esses conceitos com o meu filho?

Talvez você já tenha ouvido falar na cama casinha, ou cama montessoriana. Como nas imagens abaixo:

Esse costuma ser o primeiro ponto de encontro das pessoas com o método Montessori, como, de fato, também aconteceu comigo. Na verdade, basta que o colchão da cama esteja na altura do chão para que a criança comece a vivenciar os benefícios do método. 

Isso porque, quando crianças, aprendemos principalmente com as mãos, ou seja, é a partir da exploração sensorial que a criança desenvolve suas potencialidades. Como pais, precisamos criar condições e permitir que aconteça naturalmente, e colocar a cama na altura do chão é uma dessas condições. 

Longe das grades do berço, em um ambiente seguro e com desafios adequados à fase em que a criança se encontra, o bebê tem total liberdade para explorar seu quarto, que, em um primeiro momento, é o seu mundo. 

Além da cama no chão, também deixamos disponível no quarto materiais para que a criança possa pegar quando sozinha, e preparamos o ambiente para que esteja SEGURO 

Por falar em segurança, preciso dizer que o colchão no chão  é mais seguro que o berço, já que elimina 100% o risco de queda (quando a criança começa a sentar e tentar sair sozinha).

A cama no chão também é uma forma de fortalecer o senso de autonomia da criança.  

Pense comigo: em um berço, o pequeno só tem a opção de chorar para que um adulto o tire de lá. Deixá-lo livre para acordar e explorar seu quarto, aos poucos, faz com que a criança sinta que  é respeitada e que confiamos nela.

O mundo da criança vai crescendo aos poucos…

Começa na barriga da mãe, depois se expande para o quarto, logo para a casa, e conforme ele vai se expandindo, a criança vai desenvolvendo as habilidades que precisa para viver nele.

Com Montessori focamos no processo de aquisição gradual de independências de acordo com a idade, que constrói a autonomia com o passar dos anos.

Construir a nossa autonomia serve como base para que possamos ser quem nascemos para ser: trabalhar com o que acreditamos, ter relacionamentos saudáveis, e como sugerido neste artigo, descobrir nossos talentos naturais. Para que esse seja um processo natural, consolidado na nossa personalidade, é preciso permitir que a criança vivencie a conquista dos diferentes tipos de independência de forma autônoma durante a infância.

  1. A criança precisa desenvolver o sentimento de “eu sou capaz” – que só é possível quando permitimos que ela faça suas atividades por si mesma.

     

    E para que aconteça de forma plena, a criança precisa de “liberdade de escolha” (não confunda liberdade com “deixá-la livre para fazer o que quiser”, isso é abandono). 

     

    Nós preparamos o ambiente com segurança e apresentamos opções de atividades, com  escolhas limitadas, oferecidas à medida que os pequenos vão se desenvolvendo.  

Desde quando posso começar?

As habilidades físicas e psicológicas do ser humano começam a ser desenvolvidas desde o nascimento. Até os 3 anos de idade, 85% da estrutura do cérebro já está formada, essa estrutura é a base que nos acompanha durante toda a vida, ainda que não lembremos o que tenha acontecido.

 

Isso não significa que seu filho não aprenderá após os 3 anos (assim como nós aprendemos), mas que tudo que ele absorver na primeira infância será muito mais natural e mais fácil de ser incorporado a sua personalidade. 

Você já deve ter conhecido alguém com facilidade para concentração, disciplina, constância, criatividade e alguns outros valores que podem ser dificultosos para quem não teve essa base desde muito cedo…

Incentivar a autonomia é um processo que requer muita paciência e repetição, e tem um melhor aproveitamento se inserido na janela de aprendizagem correta, antes dos três anos. 

A autonomia serve como base para todos os valores que venham a ser ensinados depois, por isso, o ideal é que você inicie o quanto antes. 

No caso da cama na altura do chão, aqui em casa, minhas filhas foram dormir no seu quarto na caminha montessoriana quando começaram a engatinhar e explorar sozinhas. Antes disso, dormiam comigo em um mini berço do tipo  co-sleeper (seguindo a norma de segurança recomendada pela UNICEF), mas algumas atividades já são indicadas desde os primeiros 2 meses de vida do bebê.

Qual o primeiro passo?

  1. Nos primeiros três anos de vida, o grande desafio da criança é o alcance da sua independência funcional (física e biológica).

     

    Para isso, nós preparamos o ambiente e nos preparamos para apoiar a criança em todos os seus processos de independência.

     

    Nós também oferecemos à criança materiais e brinquedos que desenvolvam sua concentração e criatividade. 

     

    Para que todo o processo seja possível e aconteça de forma natural na sua casa, é importante que você aprenda sobre:

  2.  

E claro, nós também precisamos nos preparar para esse processo. Como Maria Montessori nos ensinou: “Para educar, é preciso educar-se”. Por isso, é importante que você saiba:

Caso você queira um caminho mais rápido para obter essas respostas, poderá encontrar no meu curso online Montessori em Casa.

Ele é um passo-a-passo prático de como se preparar para vivenciar todos esses processos de forma natural, tranquila e respeitosa; com você e com o seu filho. Recomendo que o curso seja realizado ainda durante a gravidez, e revisitado sempre que houver uma dúvida (a inscrição te dá acesso por três anos). 

Mas você pode iniciar também caso seu filho tenha até três anos de idade (é possível incorporar o método durante toda a primeira infância).

Se você deseja incentivar o talento natural do seu filho, e que ele seja capaz de todas as suas potencialidades, Montessori em Casa é para você.

O curso foi criado pensando em TUDO o que eu gostaria de ter aprendido quando estava grávida da minha primeira filha, quando decidi que aplicaríamos o método Montessori em casa. Ainda, em resposta às perguntas que recebo todos os dias, há anos, de famílias que desejam começar a aplicar o método em casa, mas não sabem por onde começar.

Feliz Jornada Montessori,

Priscila Guerreiro

Montessori em casa: da gestação aos três anos

Conheça o curso que te ajuda a incentivar a autonomia, autoconfiança e criatividade do seu filho.